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Diversidade: como combater a LGBTFobia no ambiente de trabalho?

Tecnologia e Inovação
calendar 24.6.2021

Apesar de muitas empresas acreditarem que admitir pessoas de recortes dentro da empresa é o máximo a ser feito na busca pela diversidade, na prática, existe um leque muito maior de ações a serem executadas. O ambiente de trabalho ainda é, muitas vezes, hostil para pessoas do recorte LGBTQIA+. Isso pode ter influência de diversos fatores, como a estrutura organizacional da empresa, falta de vozes diversas ou até falta de conhecimento e informação. 

O mais importante é que todas essas características podem ser alteradas através de ações simples, mais importantes, a serem feitas no mercado de trabalho, mas, inicialmente, dentro das empresas.

O que é LGBTFobia?

Para combater um problema, é preciso entender sua origem e causas. A LGBTFobia é a definição de um conceito que engloba diversas formas de preconceito contra pessoas que não são heterossexuais – que sentem atração física entre individuos de sexo oposto -, ou cisgêneras – que se identificam com o gênero que foi lhe atribuido no nascimento. 

Esse tipo de preconceito também pode ser cometido além de agressões físicas. A utilização de frases como, por exemplo, “Se você fosse homem/mulher…”, “Esse trabalho é pra macho”, “Você nem parece gay/lésbica/bi/trans” que um dia, por falta de informação, já foram consideradas “brincadeiras”. Elas são um exemplo claro da disseminação e do discurso preconceituoso. 

Falas desse tipo são consideradas como uma forma de agressão psicológica, pois podem desenvolver uma série de traumas pessoais. Além disso, através da fala é que disseminamos ideias e verdades, assim, reproduzir ideais preconceituosas colabora para o aumento desse tipo de discriminação.

A LGBTFobia no Brasil

Apesar da crescente nos índices de inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho, o Brasil ainda é, historicamente, um país hostil. O Grupo Gay da Bahia (GGB) coleta informações e divulga anualmente o Relatório de Mortes Violentas LGBT no Brasil. No ano de 2020, foram 237 pessoas LGBTQIA+ que tiveram morte violenta, sendo 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%). 

Após muitos anos de luta, só em 2019 é que o STF aprovou a criminalização da LGBTfobia. Sobretudo, esse acontecimento aumentou a visibilidade para as questões de inclusão e diversidades nos ambientes sociais e de trabalho.  

Diversidade: ações para combater a LGBTFobia no mercado de trabalho

Combater a LGBTfobia no mercado de trabalho vai além de ações afirmativas durante o mês de junho. O mês surgiu com o objetivo inicial de aumentar a visibilidade dessa pauta durante esse período. Entretanto, há discriminação durante todo ano. Por isso, conheça algumas práticas para combater a LGBTFobia e começar um processo de inclusão dentro da sua empresa. 

1. Tenha um processo seletivo inclusivo

O processo seletivo é, muitas vezes, o primeiro contato que as pessoas têm com a empresa. Por isso, é importante que todo esse processo seja inclusivo. É possível, por exemplo, adaptar a linguagem na hora da divulgação das vagas. Passar de “Desenvolvedor de front-end” para “Pessoa desenvolvedora de front-end” utiliza técnicas da linguagem inclusiva e mostra que a busca é neutra. 

Contar com vagas direcionadas aos candidatos LGBTQIA+ também pode ajudar na construção de um processo seletivo inclusivo. Por fim, não esqueça de colher feedbacks dos candidatos e funcionários da empresa se eles acharem que o processo da sua empresa foi realmente inclusivo. 

2. Aplique treinamentos 

O preconceito, por vezes, pode surgir da falta de informação. Então, criar treinamentos, apresentações ou promover palestras pode influenciar no desenvolvimento de algumas ideias dentro dos setores da empresa.

Devemos abandonar a ideia de que o óbvio não precisa ser dito e apostar em educar e conscientizar as pessoas. No ambiente corporativo é possível começar a partir das pessoas que já fazem parte do time. Assim, elas estarão mais alinhadas às ideias de diversidade e aos objetivos almejados pela empresa. 

3. Coloque a diversidade como um objetivo da empresa 

Assim como outros preconceitos que infelizmente ainda fazem parte do dia a dia de muitos grupos minoritários, a LGBTFobia está presente na estrutura da sociedade. Por isso, buscar tratar essa pauta através de camadas superficiais pode não funcionar.

É preciso entender e reconhecer a forma com que as empresas trabalham, e como esse preconceito estrutural atinge as pessoas dentro do ambiente corporativo. Além disso, é necessário identificar o que pode ser feito para impedir que essas ideias continuem sendo disseminadas. 

4. Pratique ações afirmativas dentro da empresa 

É importante que todo corpo da empresa possa ter uma participação no processo de tornar a instituição inclusiva. Os comitês de diversidade e inclusão, ou grupos de afinidade, por exemplo, são maneiras de reunir e engajar funcionários com o objetivo de discutir sobre diversidade.

Além disso, esse tipo de iniciativa também abre para melhorias internas e cria proximidade, contribuindo para o relacionamento entre os funcionários da empresa. Lembre-se que todas empresas podem falar e buscar a diversidade.

5. Liderança LGBTQIA+ 

A busca por diversidade vai além de contratar pessoas que pertençam a um determinado recorte. Ela necessita também que essas pessoas estejam em posições de liderança e possam motivar outros colaboradores a alcançarem esses mesmos objetivos. Neste artigo você pode conferir, através de histórias de dois líderes da NeoAssist, como essa ação colabora para uma empresa mais inclusiva e representativa em todas os níveis. 

A busca por diversidade parte de uma ideia inicial onde compreendemos que todos os seres humanos são iguais, e podem estar – ou serem preparados, para estar em qualquer posição. Uma instituição diversa tem esse lema como uma missão para a empresa, e assim, busca pautar suas ações através dessa ideia. 

Tornar o espaço corporativo mais diverso e igualitário é uma necessidade das empresas e instituições. Assim, uma empresa diversa tem influência direta tanto nos colaboradores, como na forma que ela é vista no mercado. Construir uma empresa através da representatividade torna os ambientes mais justos e alinhados com os atuais objetivos do mercado, além de abrir espaço para talentos que hoje podem não ser vistos no mercado de trabalho.

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